quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Educação física Não é Esporte ?

Educação física Não é Esporte ?

"O culto único do corpo, como hoje se apregoa, não satisfaz porque é bruto, insensível, não troca, não usufrui, não sente.

É incapaz de diferenciarmentalmente as nuances da vida, impotente diante da sensibilidade e percepção espiritual - bonecos, corpos esculturais, pedras híbridas de vida.

A conjunção corpo - espírito - emoção é impossível sem passarmos pela ponte mente - a grande porta para o território das sensações"


Nuno Cobra

Para Helal (1990), esporte é qualquer competição que inclua uma medida importante de habilidade física e que esteja subordinada a uma organização mais ampla que escape ao controle daqueles que participam ativamente da ação.
Os pressupostos básicos que caracterizam o esporte estão ligados a idéia de competição, performance, motivação extrínseca e inflexibilidade das regras. Estes pressupostos aliados às influências externas da política, da psicologia, do marketing, da administração, da sociologia, caracterizam o esporte como atividade peculiar (VERENGUER, 1989).

A prática esportiva está presente desde os primórdios da humanidade, onde o seu verdadeiro sentido se transforma com a realidade atual, esta mutação pode ocorrer, por exemplo, desde a busca por uma condição física até para a atividade competitiva em si.



O esporte é na atualidade um dos principais fenômenos sociais e uma das maiores instituições do planeta. Ele tem refletido a forma como a sociedade vem se organizando, espelhando as diferenças entre Estados, povos e classes sociais, além de se tornar um dos principais elementos da indústria cultural contemporânea, matéria prima dos meios de comunicação de massa e uma das poucas formas, reconhecidamente, honestas de rápida ascensão social (RÚBIO 2002).






Esporte e educação

As crianças são mantidas imóveis enquanto "aprendem" porque ainda persiste o ranço de que o corpo que se movimenta não tem nada a ver com a mente que raciocina... a desordem é ignorada no espaço da ordem. Uma não convive jamais com a outra.


Freire (1991) As pessoas são "educadas" como se fossem um espírito ou uma mente.


O corpo fica do lado de fora das instituições.

A caricatura das escolas é um corpo minúsculo com uma imensa cabeça.

Quando na escola a Educação Física se volta única e exclusivamente para a prática esportiva existe uma exclusão daqueles que mais necessitariam desenvolver-se. O profissional da área se marginaliza pelo fato de só saber trabalhar com o corpo, desprezando outros aspectos do ser humano, como o cognitivo, afetivo, social e psicológico.
Na concepção dos professores de Educação Física em determinadas ocasiões, o esporte é considerado como um conteúdo mínimo e único, o que acaba se tornando a exclusiva prioridade a ser promovida entre seus alunos: aos que jogam bem, a oportunidade de praticar; aos que possuem dificuldades, acabam como juiz, gandula ou ainda sentados no banco, só observando a turma jogar.

Nestes casos, não há saúde social, ou, sequer, saúde motora.

Como deve se sentir o aluno que permanece sentado durante toda a atividade dos colegas? O que ele acaba por representar? E sobre a prática de distribuir os alunos em dois times, onde são escolhidos um por vez, alternadamente: como se sente o último a ser escolhido? Como "resto"? São estas as práticas a serem repensadas (BARRETO, 2003).
Em desacordo com a percepção de estética, os PCN's opõem atividades competitivas a recreativas - como se tal divisão fosse humanamente possível - afirmando que nas primeiras se valoriza a eficiência e nas segundas atividades a plasticidade estética.

A harmonia corporal conseguida para se atingir a perfeição atlética resulta num conjunto de movimentos esteticamente conseguidos, isto já para não falar das modalidades de muita estética, tais como as diversas ginásticas, principalmente a rítmica e a aeróbica, que acabam sendo colocadas como de manutenção da saúde e não em um outro item de atividades rítmicas ou expressivas ou mesmo inseridas nas atividades de competição.

Existe a necessidade de dissociar a Educação Física escolar de treinamento esportivo.

A inserção dos alunos obesos, lentos e sem muita coordenação motora trará mais qualidade de vida ao conjunto, ensinando, não apenas, nossos limites, mas também em como conviver com os limites alheios.
Nas escolas, os pré-requisitos para os professores de Educação Física não devem ser grandes atletas que sabem jogar, devem ser grandes professores que saibam ensinar.

Do contrário, o Esporte deixa de ser um agente de inclusão social para ser um fator de exclusão social, onde "quem joga bem, joga; quem não joga bem, que fique quieto e não atrapalhe" (BARRETO, 2003).

Não tem como negar que o esporte é um facilitador para desenvolver atitudes de respeito, disciplina, companheirismo, a relação intra e interpessoal e assimilação de vários conceitos. Contudo se a sua prática visa apenas o rendimento e grandes performances em competições de alto nível, fazendo com que as aulas de Educação Física escolar se transformem em treinos que propõem apenas o rendimento padronizado e permite que só uma minoria tenha sucesso sobre a grande maioria rotulando - os desde cedo de fracassados, o esporte, dentro da escola, pecará no cumprimento de seus reais objetivos.

Para uma educação satisfatória e de sucesso dentro da Educação Física é importante referir que a prática desportiva constitui um fator principal na construção da cidadania, já que especificamente compõe um dos raros espaços de que o educando dispõe para vivenciar a ludicidade.


Soma-se a este aspecto o valor do esporte em poder incentivar a procura por hábitos saudáveis desde cedo, prevenindo males e procurando combater o sedentarismo.

Esporte e saúde, esporte e estilo de vida ativo, esporte e participação, esporte e inclusão social, esporte e cidadania, esporte e qualidade de vida: eis as questões que devem nortear a prática educativa através do esporte educacional.


O poder de crítica do educador, certamente, será fundamental para fazer da escola o espaço político onde o destaque não seja apenas pela produção de riquezas, mas também como uma forma de permitir ao educando vivenciar a sua própria humanidade
Esporte e saúde
Cada vez mais está sendo possível presenciar com freqüência termos como "stress" e "qualidade de vida" devido ao momento atual do país e a carga árida com a qual as pessoas estão sendo sobrecarregadas, e sobre estes termos é que os objetivos e os fins da ação educacional da Educação Física devem operacionalizar sua prática através do esporte orientado principalmente para o bem estar.
Para Ribeiro (2001) saúde é alegria de viver.

É estar encantado com a vida.

É ter entusiasmo, alegria, vitalidade, disposição.

Saúde é um processo de equilíbrio do organismo.
São milhões de mecanismos interagindo e movimentando o interior do seu corpo para que tudo funcione adequadamente.
A pessoa encantada pela vida tem o cérebro trabalhando na formação de hormônios de altíssima qualidade que vão nutrir a perfeita elaboração da química interna nos bilhões de reações que ocorrem no organismo todo o tempo.
Muitas vezes os esportes são praticados de forma incorreta, podendo representar desafios inatingíveis, níveis de exigência incompatíveis com realidade atual, que acabam levando a situações de risco para a saúde ou mesmo na melhor das hipóteses a desistência de um projeto que se mostrava promissor.
A prática esportiva, ainda que em excesso, não mata ninguém isoladamente. Mas também não se pode negar que essa prática desmedida, muitas vezes cobrada dos atletas atualmente, tem papel decisivo na evolução de determinados quadros patológicos, tornando o atleta mais vulnerável a determinadas complicações.



Sendo assim, a situação só chegará a condições críticas se houver uma doença pré-existente - o esporte não cria cardiopatias (MARQUES, 2004).

Esporte e democracia
Para uma Educação Física e o Esporte realmente preocupados com o ser humano não basta concordar plenamente com a sociedade.

É necessário que se faça uma permanente crítica social; seja sensível às diversas formas de repressão a que as pessoas estão sujeitas e as ajudem a entender os seus determinismos e superar os seus condicionamentos, tornando -as cada vez mais livres e humanas (MEDINA, 1989).
Existe a predominância da racionalização e o fenômeno da descorporalização, e a exploração do corpo do trabalhador no sistema capitalista, corpo separado do espírito, dominado pelas elites e devidamente controlado pelo Estado, que agiu nos corpos dos indivíduos, oprimindo-os e dominando-os.

A abstração inerente ao modo de produção capitalista trouxe, assim, a ruptura das relações imediatas do ser humano com seu corpo e com a natureza, gerando a valorização do intelectual em detrimento do trabalho corporal e manual, destinado sempre às classes dominadas. (GONÇALVES, 1994).
Está cada vez mais claro que no sistema capitalista o real é o limite e os atos esportivos vão contra a relação entre os meios e os fins.

Neste modelo de sociedade, o esporte passou a ser regido pelo desempenho, pela lógica da vitória a qualquer preço, por uma postura mercantilista.

O esporte seria uma mercadoria como qualquer outra e os esportistas, produtos a serem consumidos por um mercado cobiçado de bons negócios.

Deste modo, é com esta grande competição presente na sociedade que surgiram novas necessidades que devem merecer dos educadores reflexão e ação.
Esporte e cidadania
O corpo, que antes era incentivado a se moldar de acordo com as necessidades das fábricas e dos meios de produção, agora passa a ser influenciado a se enquadrar nos ideais de uma nova indústria, chamada Indústria Cultural, por ser capaz de modificar, produzir, ou orientar a criação de novas tendências de comportamento dentro da sociedade.


Em busca por se adequar a essa nova necessidade de "corpo perfeito" vem criar um novo indivíduo que deixa de ter uma identidade própria, passando a expressar a identidade que as várias etiquetas lhe concedem (SCHNEIDER, 1999).
Dentro da relação corpo - sociedade existe um peso que influencia fortemente a estrutura sócio - econômica e que esta que define, de cera forma, os limites e modelos da estrutura corpórea do brasileiro.

Desde a gestação o ser humano é modelado pelos vários vigentes, pela cultura, pela situação da classe social a qual pertence, e assim, dentro destas circunstâncias, nasce, cresce, vive, sobrevive, adoece e morre.
O mundo atual está ancorado em um modelo de existência em que o tempo e o fruto da ação humana constituem a matriz da convivência em sociedade. Nestes dois pólos, o homem, sujeito de sua própria história, tem experimentado palpáveis estilos de vida jamais imaginados e que não raro resultam por contrariar tudo aquilo que foi produzido como conhecimento e, desse modo, as verdades dos séculos XVIII, XIX e XX foram abaladas em função da busca de um ser perfeito no que se diz respeito ao físico.

Contudo, a Educação Física assim como a prática esportiva, apresenta evidências de que poderá participar do processo de crescimento e desenvolvimento humano, desde que se estruture a partir da caracterização da concepção de corpo que assume, da conceitualização e especificação de suas atividades próprias e de criar condições para humanizar, democratizar e organizar princípios que garantam a práxis pedagógica, tendo em vista superar a concepção de homem, de mulher, visto como um corpo máquina, que não pensa, não vive intensamente, limitado apenas a reproduzir o movimento que lhe é determinado (SILVA, 1995).
Conclusão
Cada dia mais estamos considerando o corpo humano como uma verdadeira construção cultural, sendo comparável a um pedaço de madeira que cada um esculpe de acordo com a sua própria vontade e satisfazendo os mais variados projetos individuais.
O desporto, na sua função de microcosmos da sociedade, há muito que se multiplicou em sentidos, permitindo que outras atitudes perante si também se pluralizassem sem, contudo, renunciar à sua essência.

Há muito que o desporto convocou para o seu seio a estética, a construção corporal idealizada na beleza das formas, a auscultação de novas sensações corporais, como o risco, o prazer, a experiência da subjetividade e, obviamente, a beleza.
O homem tem a consciência que é um ser finito e essa consciência cada vez mais é nos proporcionado pelo corpo.


Com efeito, o tempo somatiza-se, modificando de tal forma os nossos corpos que basta a imagem destes para que consigamos perceber a idade do outro.

Na busca da eternidade, o homem moderno tudo faz para que o corpo não evidencie as inapagáveis marcas do tempo, tentando assim iludir aquilo que é inflexível e, até hoje, invencível. Cresce o número daquelas pessoas que não querem ser vistas com determinado rótulo exterior, reflexo do tempo, mas com um outro, mesmo que o interior seja completamente diferente. Querem ser vistas sem o tempo, cristalizados num momento efêmero mas socialmente confortável, ou seja, querem permanecer jovens.


O corpo associado a estas idades é aquele onde tudo parece ser harmonia, onde a beleza se irradia com mais evidência, onde se atinge melhor a ilusão da idéia de perfeição humana.

É ainda o corpo com que muitos de nós gostaríamos de perpetuar para a eternidade.





Para que tal aconteça é necessário construir uma imagem esteticamente agradável, valendo tudo, mesmo o desporto, assumindo este um importante papel para a consecução deste processo de simulação (GARCIA, 1999).





Referências bibliográficas
BARRETO, Selva Maria Guimarães. Esporte e Saúde. Revista Eletrônica de Ciências - Número 22 - Outubro / Novembro / Dezembro de 2003.
FREIRE João Batista. De corpo e alma: o discurso da motricidade. São Paulo: Summus, 1991.
GARCIA, R. Da desportivização à somatização da sociedade. In: BENTO, J.; GARCIA, R.; GRAÇA, A. Contextos da pedagogia do desporto. Lisboa: Livros Horizonte, 1999. p. 113-63.
GONÇALVES, Maria Augusta Salin. Corporeidade e educação. Campinas: Papirus, 1994.
HELAL, Ronaldo George. O que é sociologia do esporte?. São Paulo: Brasiliense, 1990.
MARQUES, Renato. Esporte é Saúde? Universia.com.br
MEDINA, João Paulo Subirá. A Educação Física cuida do corpo... e "mente": bases para a renovação e transformação da Educação Física. Campinas: Papirus, 1989.
RIBEIRO, Nuno Cobra. A semente da vitória. São Paulo: SENAC, 2001.
RUBIO, Kátia. Do olímpo ao pós - olimpismo: elementos para uma reflexão sobre o esporte atual. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.16, nº.2, 2002.
SCHNEIDER, Omar. O corpo: uma abordagem histórica. Grupo PET- Educação Física. Sobre Educação Física. Vitória: UFES/CEFD, 1999.
SILVA, João Bosco da. Educação Física, esporte, lazer: aprender a aprender fazendo. Londrina: Lido, 1995.
VERENGUER, Rita de Cássia Garcia. Educação Física, Esporte, Dança, Lazer: fenômenos
distintos. 1989. Monografia (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Educação física X Violência


Estudante chora ao sair de escola em Memphis, no Tennessee. Uma discussão que teria começado fora do prédio acabou em uma aula de educação física quando um estudante deu dois tiros, um na nuca e outro no peito, de um colega.

Essa notícia poderia ser aqui mesmo no nosso "quintal", a violência nas escolas não é uma exclusividade brasileira.

Resolvi pesquisar um pouco a respeito, para meu desapontamento pude constatar que a violência invadiu a muito tempo o meio educacional como um todo, não apenas a educação física.



Ao folhear o livro de Kátia Pedreira Dias, Educação Física X Violência, oque era uma sensação tornou-se uma verdade. Não é necessário grandes deficiências socio econômicas para que haja violência.


O fato de estarmos tão próximos fisicamente do colega durante as aulas gera atritos com raízes muito mais profundas do que um jogo, disputa esportiva ou mero desentendimento, infelismente a degradação social e a insensibilidade do jovem atual gera com mais frequência essas manchetes diárias.


Estamos chegando ao extremo de ao ingressar na área educacional teremos de obrigatoriamente fazer um seguro de vida, devido a alto insalubridade profissional.


Assim já o fazem profissionais da área da saúde, afinal o risco tornou-se eminente.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A educação física e o desenvolvimento infantil

A educação física e o desenvolvimento infantil


A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde que a criança passa a ter contato com o mundo. Na interação com o meio social e físico a criança passa a se desenvolver de forma mais abrangente e eficiente. Isso significa que a partir do envolvimento com seu meio social são desencadeados diversos processos internos de desenvolvimento que permitirão um novo patamar de desenvolvimento.

A criança, por meio da observação, imitação e experimentação das instruções recebidas de pessoas mais experientes, vivencia diversas experiências físicas e culturais, construindo, dessa forma, um conhecimento a respeito do mundo que a cerca.

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Para que esses conceitos sejam desenvolvidos e incutidos no aprendiz, o meio ambiente tem que ser desafiador, exigente, para poder sempre estimular o intelecto e a ação motora desta pessoa. No entanto, não basta apenas oferecer estímulos para que a criança se desenvolva normalmente, a eficácia da estimulação depende também do contexto afetivo em que esse estímulo se insere, essa ação está diretamente ligada ao relacionamento entre o estimulador e a criança. Portanto, o papel da escola no âmbito educacional deve ser o de sistematizar esses estímulos, envolvendo-os em um clima afetivo que serve para transmitir valores, atitudes e conhecimentos que visam o desenvolvimento integral do ser humano.
O Papel da Educação Física no Desenvolvimento Humano

O principal instrumento da educação física é o movimento, por ser o denominador comum de diversos campos sensoriais. O desenvolvimento do ser humano se dá a partir da integração entre a motricidade, a emoção e o pensamento.

No caso específico da educação física, o profissional dessa área possui ferramentas valiosas para provocar estímulos que levem a esse desenvolvimento de forma bastante prazerosa: a brincadeira, o jogo e o esporte.

A partir da brincadeira e do jogo, a criança utiliza a imaginação que é um modo de funcionamento psicológico especificamente humano, que não está presente nos animais nem na criança muito pequena (Rego, 1995, p.81).

A partir da utilização da imaginação, a criança deixa de levar em conta as características reais do objeto, se detendo no significado determinado pela brincadeira.

Mesmo havendo uma significativa distância entre o comportamento na vida real e o comportamento no brinquedo, a atuação no mundo imaginário e o estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma zona de desenvolvimento proximal, na medida em que impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento" (Rego, 1995, p. 83)

Esse impulso dado aos conceitos e processos de desenvolvimento deverá ser fornecido pela educação física ao propiciar jogos e brincadeiras que, intencionalmente, estimulem a imaginação e a criatividade. Além disso, o processo de desenvolvimento dos indivíduos tem relação direta com o seu ambiente sócio-cultural e eles não se desenvolveriam plenamente sem o suporte de outros indivíduos da mesma espécie.

Dessa forma, percebe-se que a escola, e neste caso específico a educação física, tem um papel fundamental no aprendizado e conseqüentemente no desenvolvimento dos indivíduos, desde que estabeleça situações desafiadoras para seus alunos.

A interferência de outras pessoas (professor e outros alunos) é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. O papel do professor deve ser o de interventor intencional, estimulando o aluno a progredir em seus conhecimentos e habilidades através de propostas desafiadoras que o leve a buscar soluções, por intermédio da sua própria vivência e das relações interpessoais. Isto não deve significar uma educação autoritária, mas sim, uma educação que possibilite ao aluno, por meio de estratégias estabelecidas pelo professor, construir o seu próprio conhecimento, com a reestruturação e reelaboração dos significados que são transmitidos ao indivíduo pelo seu meio sócio-cultural.



Qualquer processo de ensino para ser eficiente deve levar em conta o nível de desenvolvimento real da criança e o seu nível de desenvolvimento potencial adequado a sua faixa etária, conhecimentos e habilidades que já possui.

O profissional de educação física ao trabalhar na educação infantil deve conhecer os estágios do desenvolvimento dessa fase, para proporcionar os estímulos adequados a cada etapa. Agindo dessa forma, o desenvolvimento será mais harmônico no campo motor, cognitivo e afetivo-social, trabalhando assim, o ser na sua forma integral.

A evolução infantil obedece a uma seqüência motora, cognitiva, e afetiva-social que ocorrerá de forma mais lenta ou mais acelerada, de acordo com os estímulos recebidos. A criança entre de 1 ano e meio e os dois anos de idade age sem refletir. O ato precede o pensamento. A partir dessa fase, a criança já adquire duas funções importantíssimas: o andar e a linguagem. O pensamento passa a ser projetado no exterior pelos movimentos e pela linguagem. Isto permitirá uma maior participação na sua relação com o meio. A ação da criança sobre o meio estimulará sua atividade mental. A partir daí, a criança começa a ter maior consciência sobre sua própria pessoa, iniciando a formação da sua auto-imagem. Em seguida, a criança vai iniciando a sua vida social ao formar pequenos grupos, porém ocorre uma troca constante de amizades e de grupos (escola, clubes,etc.). Esse intercâmbio social é essencial, pois leva a criança a se adaptar a diferentes papéis, reconhecendo-se como pessoa.

Nesse sentido, cada fase de desenvolvimento infantil tem suas próprias características, portanto, exige estudos aprofundados sobre os métodos pedagógicos, as qualidades dos estímulos fornecidos e a atuação intencional do profissional na aula de educação física. O professor deve levar em conta a peculiaridade de cada fase pela qual o aluno passa, as particularidades de cada jogo, brincadeira ou esporte que possam auxiliar o educando no seu desenvolvimento integral.

Pela importância que a infância representa na formação da personalidade do indivíduo, esses estudos devem estar respaldados por uma práxis pedagógica que leve a uma organização didática, modificando a visão de aulas de educação física de embasamentos estritamente empíricos, para uma visão mais científica, evitando-se um choque entre teoria e prática o que poderá refletir negativamente na formação de nossos jovens.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Educação Fisica deixada de lado

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É precária a situação da Educação Física Escolar no Brasil e em outros países da América do Sul, como a Argentina.
Falta de planejamento e direcionamento específico para as necessidades de cada série e etapa de aprendizagem, carência de material básico, de infra-estrutura e de um programa de atualização dos professores um cenário bem parecido com o da década de 1960 em que a disciplina não era considerada essencial para a formação dos alunos.
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Há profissionais mal preparados e acomodados e turmas lotadas.
É esse o diagnóstico alarmante da Educação Física Escolar (EFE) brasileira feita pelo II Fórum de Educação Física Escolar que aconteceu nesta semana em Foz do Iguaçu no Paraná.
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A EFE é um direito de todos os quase 53 milhões de estudantes matriculados na Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) no Brasil, segundo dados do Educacenso de 2007 do Ministério da Educação (MEC), divulgados no último dia 10.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, os estudantes têm o direito a ter aulas de Educação Física na grade curricular como um componente da proposta pedagógica das escolas.
Mas infelizmente esse direito dos estudantes tem sido desrespeitado, acredita o professor Célio José Borges, da Universidade Federal de Rondônia e coordenador do fórum.
Segundo ele, a Educação Física Escolar (EFE) não é debatida com seriedade desde a década de 1980 e acabou sendo deixada de lado no planejamento pedagógico das escolas.
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Com a experiência de 28 anos na área, foi do professor a iniciativa da criação de um fórum para discutir soluções para o ensino da Educação Física dentro do Congresso Mundial de Educação Física, que acontece anualmente em Foz do Iguaçu no Paraná desde 1985.
A primeira edição do debate aconteceu em 2007.
Tivemos uma participação bastante significativa.
O encontro gerou uma carta de intenções e caminhos para a Educação Física Escolar, conta o coordenador.
As discussões chamaram a atenção de especialistas e educadores de outros países e na edição deste ano o fórum passou a incorporar debates sobre EFE no âmbito do Mercosul. Recebemos esse ano palestrantes de cinco continentes.
Não é só no Brasil que a Educação Física Escolar vai mal, nossos vizinhos argentinos, por exemplo, enfrentam os mesmos problemas, acredita Borges.

Soluções Transformar a escola em um centro de excelência esportiva, de prevenção da obesidade e doenças e criar o hábito nos estudantes da prática regular de exercícios são os principais objetivos de uma EFE de qualidade, de acordo com o professor Célio Borges.
Como está hoje, a Educação Física Escolar se resume, muitas vezes, a dar uma bola para as crianças jogarem. Falta pedagogia e o processo é excludente, deixando de lado aqueles que têm dificuldades físicas e psicológicas de integração.
A EFE tem um potencial incrível, que tem sido desperdiçado, de ser uma parceira no processo cognitivo de crianças de todas as idades, avalia o professor.

Para conseguir atingir esses objetivos, Borges acredita ser necessário investimentos significativos em infra-estrutura e formação de professores, além de rever a alocação de recursos para a Educação Física pelas secretarias, prefeituras e escolas.
Precisamos discutir desde temas estruturais como a carga horária das aulas de EFE dentro do currículo escolar, que tem sido desrespeitada, bem como questões metodológicas, como o retorno dos exames médicos e biométricos para acompanhar o desenvolvimento dos alunos, sugere o professor.

Para ele não adianta investir no esporte escolar sem pensar na Educação Física. Muitos investimentos acabam indo na direção errada, estimulando um tipo de atividade física na escola que tem caráter competitivo e não formador.
Se tivermos uma EFE fortalecida, o desenvolvimento do esporte na escola será uma conseqüência natural, acredita.

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Ações Para o fórum de 2009, que deve acontecer na segunda quinzena de janeiro, a perspectiva é de que as discussões comecem a se tornar realidade por meio de ações junto a Conselho Federal de Educação Física e o MEC.
Um dos nossos desafios é mensurar numericamente a situação da EFE no Brasil e fazer com que os debates do fórum sejam aplicados regionalmente por meio de boas políticas públicas. 2009 será, oficialmente, o ano da Educação Física Escolar pela Federação Internacional de Educação Física.
Esperamos que seja um ano para começarmos a tirar o Brasil da defasagem em que se encontra, espera o professor Borges.


quarta-feira, 2 de abril de 2008

CAPOEIRA

Capoeira, História e Cultura de um Povo

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a Capoeira é uma arte marcial genuinamente brasileira.


Segundo a maioria dos estudiosos, ela foi desenvolvida, aqui no Brasil, pelos negros trazidos da África para trabalharem como escravos nas fazendas, na época da colonização do nosso País. Não se sabe ao certo quando chegaram os primeiros escravos ao Brasil, mas calcula-se algo em torno de 1540. Com eles, vieram também suas crenças e costumes. À noite, reunidos nas senzalas, cantavam e dançavam embalados pelo ritmo do adufe (instrumento musical da época, semelhante ao pandeiro). Essa "dança" era chamada pelos escravos de "Dança da Zebra", (n’angolo, dança angolana). Face a necessidade de se protegerem contra o chicote e o "tronco" do feitor, esses escravos introduziram nessa dança, vários golpes giratórios e traumatizantes, muitas vezes fatais, de acordo com a intensidade aplicada e área atingida. Acredita-se que desta fusão de dança/golpes deu-se o surgimento da Capoeira, vindo a se aperfeiçoar com o passar dos anos. Estima-se que a capoeira surgiu por volta de 1600.A imagem “http://www.scafuro.com/blog/images/capoeira.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

A origem da palavra capoeira vem do tupi-guarani, que significa "área de vegetação rasteira" ("caa", significa mato e "puera", que foi mato), local onde os escravos fugitivos se escondiam e formavam os "quilombos". Um dos quilombos mais importantes da nossa história foi o de Palmares (1604-1695), situado na Serra da Barriga (hoje estado de Alagoas, na época, uma capitania do estado de Pernambuco), chegou a abrigar aproximadamente 30 mil negros. Foi nele que seus líderes, Ganga Zumba e, posteriormente, Zumbi dos Palmares, ficaram conhecidos por suas batalhas e conquistas, vindo este último, a falecer em 20 de novembro de 1695 com dois tiros à queima roupa, disparados por Domingos Jorge Velho.

Fator importante que contribuiu para a formação dos quilombos foram as invasões francesas, onde as atenções eram desviadas para estas, favorecendo a fuga dos negros. Em 1694, quando cessou o domínio holandês, começaram a destruição dos quilombos.A imagem “http://www.oilondres.com.br/graphics/conteudo/capoeira.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

A "Lei do Sexagenário" e a "Lei do Ventre Livre" foram marcos importantes para que, finalmente, a "Lei Áurea", promulgada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, firmasse a abolição da escravatura. A partir dessa data, a capoeira passou a ser amplamente praticada pelos escravos libertos, vindo a erigir-se nas ruas, praças e em manifestações públicas. Os negros, por serem considerados como uma "raça inferior" pela classe social privilegiada e, alguns, por não terem condições mínimas de sobrevivência, passaram a utilizar a capoeira para promoverem algazarras e desordens públicas. Visto isso, a capoeiragem passou a ser expressamente proibida, quando da vinda da Família Real ao Brasil em 1808 e da criação da Guarda Real da Polícia, em 1809, no comando do Major Miguel Nunes Vidigal. Este, foi o verdadeiro terror dos capoeiristas.

No Governo de Marechal Deodoro da Fonseca, a capoeira foi introduzida no Código Penal (1890). Aos infratores, eram aplicadas severas punições como prisões e trabalhos forçados. Não obstante, eram praticadas, às escondidas, em quintais, praias e nos arredores das cidades.

A imagem “http://www.cultura.ba.gov.br/noticias/plugcultura/filme-mestre-bimba-a-capoeira-iluminada-tem-pre-estreia-na-sala-walter-da-silveira/images/bimba.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

Esta situação perdurou até 1932, quando, finalmente, Getúlio Vargas, dentre outras manifestações populares, liberou a prática da capoeira, Manoel dos Reis Machado (

Mestre Bimba - 1900/1974), foi um dos grandes capoeiristas que lutou para a liberação deste esporte, elevando-o a reconhecimento nacional.

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Intrínseco à capoeira, estão o maculelê, a dança do fogo e a puxada de rede, que são outras manifestações culturais, que resgatam os rituais de guerra e da pesca do xaréu, respectivamente.

Após várias décadas no anonimato, hoje esta arte marcial vem sendo amplamente divulgada nacional e internacionalmente. O Brasil, é o maior exportador de profissionais deste esporte, principalmente aos países europeus.

Considerada como um esporte em ascensão, ela se apresenta nos mais variados segmentos sociais, tais como: centros comunitários, associações, clubes esportivos, escolas, universidades, além das inúmeras academias.

Louvável também a atuação de vários profissionais dessa área que desenvolvem projetos com crianças excepcionais e centros de reabilitação.

A capoeira é um valioso recurso pedagógico e artístico, face a beleza e desenvoltura com que são realizados seus movimentos.

Melhora da circulação sangüínea, desenvolvimento da coordenação motora, estimulação da criatividade, aumento da massa muscular, da elasticidade, do reflexo, da autoconfiança e da auto-estima, são alguns dos benefícios que esse esporte traz a seus adeptos, além do estabelecimento harmônico entre espírito e corpo
.
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Sua filosofia é contribuir para a formação de valores humanos e éticos, baseados no respeito, na socialização e na liberdade, através de trabalhos que valorizam a cultura brasileira. Tudo isso buscando fortalecer e engrandecer o capoeirista no seu caráter, dignidade e valorização pessoal.

A Capoeira representa o patrimônio da Cultura Brasileira. É a expressão viva da liberdade de um povo, portanto, merecedora do nosso respeito.

Na roda da Capoeira, embalados pelo ritmo do berimbau, atabaque, pandeiro, agogô e réco-réco, os capoeiristas vão criando situações de defesa e ataque, sempre zelando pela integridade física do adversário. Nela, não há lugar para preconceitos e vaidades pessoais e o homem, vale pela sua arte.

É como dizia o saudoso Mestre Pastinha (1889/1981), um dos grandes doutrinadores da capoeira angola: "capoeira é para homem, menino e mulher, e só não aprende quem não quer".

Para a capoeira e o camaleão mudar, é preciso apenas preservar a sua essência!

James Granziol - É Acadêmico em Direito e Instrutor de Capoeira pela Associação de Capoeira "Libertação".

Os Golpes Da Capoeira

Golpes Desequilibrantes

  • Arrastão Negativa

Quando se cair em negativa, na situação em que a perna esticada estiver por trás da perna de base do adversário, dá-se um puxão com a mesma, procurando derruba-lo

  • Banda

É uma rasteira com a perna semi-flexionada. Aplica-se em pé.

  • Banda Jogada

É um golpe de capoeira no qual o praticante se aproxima do adversário, aplica-lhe uma batida na coxa com o joelho, prosseguindo o movimento desequilibrante com uma banda.

  • Banda Trançada

É um golpe aplicado estando-se em pé. Aplica-se o pé por trás do pé da perna de base do adversário. Introduz-se o joelho pela frente da perna do adversário, empurrando-a para trás e ajudando ao empurrão com o peso do corpo, para frente.

O capoeirista em base, procura atingir o adversário com a perna de trás, com a planta do pé.

  • Chulipa

Aplica-se uma rasteira na frente do adversário como se quisesse derruba-lo. Se a rasteira for dada com a perna esquerda, antes de completar o giro, deve-se dar um telefone ou um galopante no oponente.

  • Crucifixo

É um golpe no qual o praticanteao receber um pé de giro alto, ele "entra no adversário" colocando seu braço por baixo da perna elevada do oponente, lhe tirando o equilíbrio ao elevar mais ainda sua perna.

  • Escala de Pé

É um golpe constituído de diversas variações que buscam desequilibrar o adversário da seguinte forma básica: o praticante desce na posição de rolê ou ponte, introduz os dois pés entre os pés do adversário e puxando, abrindo ou fazendo os dois ao mesmo tempo, derruba o oponente.

  • Gancho

Aplica-se com a perna em forma de gancho, puxando por trás a perna do adversário.

  • Paulista ou Letra

O capoeirista, quando o adversário der um golpe alto, escora e entra aplicando um rapa com a perna cruzada, em forma de letra, passo conhecido no futebol.

  • Rasteira de Mão

É um golpe aplicado em raríssimas oportunidades. Consiste em agarrar e puxar o pé de apoio do oponente quando se estiver executando algum golpe de giro alto.

  • Rasteira de Meia Lua Presa

É um golpe no qual o capoeirista agacha-se sobre uma das pernas, põe as mãos no chão e com a outra perna esticada aplica uma meia lua tradicional. Entretanto, o pé que faz o semicírculo da meia lua segue uma trajetória rasteira ao chão. Como este golpe só é empregado quando o oponente está com uma das pernas levantadas, o objetivo é alcançar a outra e com sua passagem desequilibrar o oponente.

A imagem “http://www.capoeiradobrasil.com.br/images/liga_23.jpg” contém erros e não pode ser exibida.É um movimento de capoeira com o qual o praticante busca desequilibrar seu adversário, abaixando-se e aplicando um rapa com o pé, o pé passa rente ao chão.

É um movimento identico ao anterior, só que o praticante permanece de pé para efetuar o rapa com o pé. Sempre visando desequilibrar o oponente

  • Tesoura no ChãoA imagem “http://www.sercapoeira.com/tesoura_no_chao.gif” contém erros e não pode ser exibida.

É um movimento no qual o capoeirista procura envolver o corpo de seu oponente com suas pernas em forma de tesoura, procurando desequilibar o adversário. A entrada pode ser efetuada de frente ou de costas, tanto faz.

  • Tesoura do AúA imagem “http://www.sercapoeira.com/tesoura_de_angola.gif” contém erros e não pode ser exibida.

Aplica-se primeiramente um aú bem próximo do adversário. As pernas se separam e envolvem-no aplicando-se a tesoura.

  • Tesoura voadora

Aplica-se contra um adversário após um salto para frente. Envolve-se o adversário com as pernas e gira-se o corpo para desequilibra-lo.

  • Vingativa

É um movimento onde o aplicante se aproxima rapidamente do adversário, coloca-se lado a lado com ele e com uma das pernas atrás servindo de apoio e um empurrão com o cotovelo para trás. A perna que fica por trás do adversário é a que estiver lado a lado com a perna do oponente.


Golpes Ofensivos

Aplica-se estando em pé, e consiste em firmar-se com um pé no chão e com a outra perna livre, fazer um movimento de rotação, varrendo na horizontal, atingindo o adversário com a parte lateral externa do pé.

  • Arpão

Golpe desferido com o joelho contra o adversário, de baixo para cima ou lateralmente.

  • Arrastão Negativa Batendo

É um golpe traumático. Quando cair-se em negativa na situação em que a perna esticada estiver por trás da perna de base do adversário e o pé envolvendo o seu calcanhar, aplica-se uma forte pancada, com o calcanhar da outra perna (a que está encolhida). A pancada é efetuada em forma de gancho, de fora para dentro, na parte lateral da perna do adversário.

  • Arrastão Negativa Empurrando

Quando cair-se em negativa na situação em que a perna esticada estiver por trás da perna de base do adversário, aplica-se um chapa de frente com a outra perna na canela do adversário.

  • Aú Chapa de Costas

Consiste na aplicação de um aú e logo em seguida cortar o mesmo, ou seja, dar um giro no corpo, batendo com a planta do pé no adversário e caindo em base de rolê.

  • Aú Chapa Lateral

Consiste na aplicação de um aú na direção do adversário, aplicando-lhe um golpe com a planta de um ou dos dois pés, completando o movimento com um rolê.

  • Aú Chibata

É um golpe aplicado estando-se em base de aú. Aplica-se o aú e desta posição aplica-se a chibata com uma ou com as duas pernas, ou seja, atinge-se o adversário com os peitos dos pés.

  • Aú Cortado

Consiste em aplicar um aú quando o adversário estiver no chão. Aplica-se o aú por um dos lados do adversário e quando as pernas estiverem esticadas no alto, dá-se uma torção no corpo, indo cair sobre o oponente com uma das pernas esticadas, atingindo-o com o calcanhar.

O capoeirista procura atingir o adversário com a cabeça, enquanto ele faz um golpe de giro alto ou um aú.

  • Chapa em Pé

É a interrupção de uma armada ou uma meia lua presa. Encolhe-se e distende-se a perna contra o adversário. Aplica-se a armada ou a meia lua presa e no meio do giro, aplica-se a chapa em pé.

É um golpe aplicado de frente ou de costas, tendo-se como base as duas mãos e um pé. Aplicando-se de frente e estando em negativa com a perna direita esticada, a perna que toca o adversário é a esquerda. Para aplica-la de costas, caso a negativa seja com a perna direita esticada, faz-se um meio rolê, ficando de costas para o adversário, encolhe-se a perna direita e aplica-se a pancada com a mesma. A pancada é aplicada com a planta do pé ou calcanhar, distendendo a perna na horizontal ou de baixo para cima.

  • Cotovelada

Consiste em aplicar o cotovelo em qualquer parte do corpo do adversário.

  • Forquilha

É a ação de introduzir um ou mais dedos nos olhos do adversário.

  • Escala de Mão

Golpe semelhante ao soco. Aplica-se com a base da mão, no ombro, plexo, queixo ou nariz do adversário. A palma deve estar voltada para o adversário e a ponta dos dedos deve ser encolhidas. No ombro e no plexo, aplica-se na horizontal; no queixo e no nariz, de baixo para cima.

  • Galopante

É um golpe traumático que consiste na aplicação de uma das mãos em forma de concha, no ouvido do adversário.

Estando-se em base, a perna de trás sobe lateralmente e flexionada, distendendo-se para tocar o adversário.

É o martelo aplicado tendo-se como base uma das mãos no solo. A mão que vai ao solo é a oposta à perna que aplica o martelo.

É um golpe no qual o praticante agacha-se sobre a perna da frente, e com a outra perna livre, faz um movimento de rotação, varrendo na horizontal ou diagonal. Quando inicia-se o movimento de rotação, as duas mãos vão ao solo para melhor equilíbrio. Atinge-se o adversário com o calcanhar.

  • Meia Lua Presa

É a meia lua de compasso com apenas uma das mãos no chão. A mão que vai ao chão é a mão oposta à da perna que vai desferir o golpe.

  • Meia Lua Solta

É a meia lua de compasso sem nenhuma das mãos no chão. Não se pode levantar o tronco. A posição do tronco deve continuar baixa, como se estivesse com as mãos no solo.

Consiste em lançar a perna de trás, esticada, num movimento de rotação, de fora para dentro. A parte que toca o adversário é a parte interna do pé.

É um golpe que se aplica de pé, distendendo a perna de trás contra o oponente, em movimento de "coice". Aplica-se o pisão na horizontal ou de baixo para cima, e bate-se com a planta do pé ou calcanhar.

O capoeirista em base, procura atingir o adversário com a perna de trás, utilizando a parte abaixo dos dedos, na planta do pé.

É um golpe traumático que se aplica de pé, estando-se em base em uma das pernas e suspendendo a outra contra o oponente em forma de giro, de dentro para fora, visando especialmente seu queixo. A perna é deslocada e retesada e a parte que toca o adversário é a parte lateral externa do pé.

  • Rabo de Arraia

É um salto mortal dado para frente. No giro, os calcanhares visam a cabeça ou o tórax do adversário. Pode ser aplicado com as mãos no solo ou não.

  • Asfixiante

É um golpe desferido com a mão fechada (soco), pegando entre o nariz e a boca.

Dá-se um salto para cima, distendendo uma ou as duas pernas contra o adversário.

Topo

Contragolpes

  • Queda de Ladeira

É a aplicação de um contragolpe, escora ou tranco, de um golpe solto no ar aplicao pelo seu adversário, desequilibrando-o.

  • Boca de Calça ou Arrastão

É um golpe no qual o praticante leva as duas mãos aos pés ou pernas do adversário, puxando-os com as mãos para a frente, fazendo com que ele caia para trás. Uma cabeçada ajuda a derruba-lo.

  • Caçuá

Contragolpe para a benção. Com a mão em forma de concha, procuramos encaixa-la no calcanhar do adversário e suspendê-lo, desequilibrando-o.

  • Cutila (palma)

É o ato de aparar ou contragolpear um martelo com a mão fechada, contra a perna do adversário. Faz-se um movimento de giro com o antebraço, de cima para baixo e de dentro para fora. A parte que apara ou golpeia é a parte lateral externa do punho.

  • Passo da Cegonha

Contragolpe aplicado contra a armada. Aplica-se primeiramente um tranco e imediatamente um gancho.


Floreios e outros

  • Aú Agulha

É um aú no qual o praticante leva as duas mãos ao chão subindo imediatamente as duas pernas, juntando-as no alto, esticadas. Ainda no alto, dá-se uma torção no corpo, tocando o chão com a ponta dos pés. Inicia-se o aú de lado, mas ao tocar o chão, o capoeirista estará com a frente voltada para onde iniciou o aú.

Chama-se S dobrado porque para aplica-lo necessita-se executar um movimento em forma de S ao contrário. Inicia-se com uma rasteira, com a perna esqueda, por exemplo: a perna esquerda sai de trás, perfaz três quartos de um giro, indo situar-se esticada, sem tocar no chão, no lado direito, ou seja, o lado contrário ao que se iniciou o movimento. Nesse momento faz-se dois pontos de apoio, um com a mão esquerda colocada a frente e junto ao corpo, e o outro é o da perna direita; já dobrada. Aí temos uma posição bastante parecida com a negativa, sendo que estamos de lado para o adversário, e a perna esquerda não tocando o chão. Iniciamos a primeira volta do S. Agora devemos dar um impulso para cima e para trás, rodando por cima da cabeça, tendo-se como base as duas mãos paralelas. A perna que toca primeiro o chão é a direita.

Consiste na aplicação de um salto para trás, cujo movimento inicia-se com o agachamento, e a colocação da mão no chão, para trás, e próxima ao corpo. Dá-se um impulso no corpo para trás e executa-se um giro completo, terminando o movimento com a perna oposta a da mão que tocou primeiro o chão.

  • Volta ao Mundo

Ritual existente na Capoeira Regional. Quando um dos capoeiristas está cansado, convida o oponente para se dar a volta ao mundo. É obrigatório acompanha-lo sendo que o que é convidado não deve atacar.

Ritual existente na Capoeira Angola em que se realiza uma parada com os braços abertos, ligeiramente elevados, e o adversário se dirige ao seu oponente apoiando as mãos no mesmo, e por um breve tempo caminham compassadamente pela roda até que o chamante autorize o reinício do jogo.

Sequência 1



"Liso" - Meia Lua de Frente (right), Meia Lua de Frente (left), Armada, Aú
"Riscado" -Cocorinha, Cocorinha, Negativa


Sequência 2



"Liso" - 2 Martelos, Cocorinha, Bênção, Aú
"Riscado" - 2 Bandas, Armada, Negativa, Cabeçada

Sequência 3



"Liso" - Queixada. Queixada, Cocorinha, Bênção, Aú
"Riscado" - Cocorinha, Cocorinha, Armada, Negativa, Rolê, Cabeçada

Sequência 4



"Liso" - Galopante, Negativa, Aú
"Riscado" - Arrastão, Aú
Sequência 5


Liso - Giro, Joelhada, Aú
Riscado - Arpão de cabeça, Negativa, Cabeçada
Sequência 6



"Liso" - Meia Lua de Compasso, Cocorinha
"Riscado" - Cocorinha, Meia Lua de Compasso
Sequência 7



"Liso" - Armada, Cocorinha, Bênção, Aú
"Riscado" - Cocorinha, Armada, Negativa
Sequência 8



"Liso" - Bênção, Aú
"Riscado" - Negativa, Rolê, Cabeçada